quinta-feira, novembro 17, 2005 |
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O que há em mim é sobretudo cansaço
O que há em mim é sobretudo cansaço Não disto nem daquilo, Nem sequer de tudo ou de nada: Cansaço assim mesmo, ele mesmo, Cansaço. A subtileza das sensações inúteis, As paixões violentas por coisa nenhuma, Os amores intensos por o suposto alguém. Essas coisas todas - Essas e o que faz falta nelas eternamente -; Tudo isso faz um cansaço, Este cansaço, Cansaço. Há sem dúvida quem ame o infinito, Há sem dúvida quem deseje o impossível, Há sem dúvida quem não queira nada - Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles: Porque eu amo infinitamente o finito, Porque eu desejo impossivelmente o possível, Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser, Ou até se não puder ser... E o resultado?Para eles a vida vivida ou sonhada, Para eles o sonho sonhado ou vivido, Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto... Para mim só um grande, um profundo, E, ah com que felicidade infecundo, cansaço, Um supremíssimo cansaço.Íssimo, íssimo. íssimo, Cansaço...
Álvaro de Campos |
posted by covinhas @ 5:20 da tarde |
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2 Comments: |
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ta a imigrar, amiguinhos! ta a imigrar! :)
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uma pessoa já nem pode por aqui um poema bonito que pensam logo que sao más vibrações...ai,ai,ai esta gente!!!
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ta a imigrar, amiguinhos! ta a imigrar! :)